Bastidores 010: os conflitos e ressentimentos de Pátria

 

O livro 

Uma mulher perde um ente querido num atentado perpetrado pelo grupo terrorista ETA e, antes de morrer, quer que lhe peçam perdão. Esse é o fio condutor de Pátria, o romance de Fernando Aramburu escolhido pelo intrínsecos para julho. Mais do que uma história sobre como a tragédia, a política e o extremismo contaminam todas as relações — desde a amizade das protagonistas Bittori e Miren até o cotidiano de um pequeno vilarejo do País Basco —, Pátria é um romance sobre pessoas comuns e sobre o extraordinário esforço que todo e qualquer relacionamento exige.

Mantendo a tradição da grande narrativa, mas com uma linguagem bastante inovadora, a obra de Aramburu se encaixa perfeitamente na proposta do clube: é uma publicação relevante, inédita no Brasil, uma história impossível de largar, com uma trama bem amarrada e personagens marcantes. O cenário incomum e a agressividade do terrorismo do ETA, pouco retratado na ficção contemporânea, nos soa muito familiar, uma vez que a violência inserida no dia a dia não nos é tão estranha assim.

Pátria é um livro para todos que gostam de uma boa história envolvendo família, amizade, ressentimentos, afetos e a luta necessária para, apesar de tudo, seguir em frente.

 

A revista

Pátria de Fernando Aramburu tem tantos subtextos que foi difícil decidir o que privilegiar na revista intrínsecos 010. O País Basco, uma nação étnica esparramada em parte na Espanha, em parte na França, é de uma riqueza cultural e histórica surpreendente e embora a violência dos movimentos separatistas tenha sido por muito tempo a principal notícia que se tinha da região, ela está longe de definir seu povo e sua cultura.

A história e a geografia da ocupação basca, seu idioma ancestral, sua arte, seus esportes e a trajetória do ETA, o grupo separatista cuja ação define o romance de Aramburu, ganham destaque nos textos do jornalista Pablo Ordáz, que nos escreve de Madri, com a bagagem de quem por décadas foi um dos principais analistas do conflito basco para o jornal El País, e do escritor, tradutor e pesquisador Fábio Aristimunho Vargas, especialista pela Universidad del País Vasco, que faz um apaixonado panorama dessa cultura no artigo “História de um sobrenome”.

A feliz escolha de Aramburu por contar sua história na voz de diferentes narradores é tema comentado pelo crítico Miguel Conde e também perpassa a entrevista exclusiva cedida pelo autor à editora convidada desta edição, Elisa Menezes. Entre os personagens narradores, Bittori e Miren, as matriarcas ao redor das quais a trama de Pátria se constrói foram escolhidas para ganhar rosto com as pinceladas do bárbaro Renato Moriconi – jamais descritas fisicamente no livro, seus retratos nasceram das palavras e atitudes impressas nas páginas. Uma impressionante expressão de arte, à altura do que merece o romance. De bônus, “Pátria na própria carne”, um texto do autor inédito no Brasil.

 

Marcador e cartão-postal

No marcador, uma mensagem que apresenta bem o tema do livro: “Pedir perdão exige mais coragem do que disparar uma arma”. Junto, um cartão-postal colecionável com a arte de capa do livro que chegará às livrarias pelo menos 45 dias depois de passar pelo clube.

 

O brinde

Em julho, os assinantes receberam um estojo intrínsecos para carregar consigo em todos os momentos.

 

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