Livro
Susan não quer saber do amor, de Sarah Haywood
Susan não quer saber do amor e, é claro, nós queremos saber por quê. O livro de estreia da inglesa Sarah Haywood nos apresenta uma protagonista difícil de amar: uma anti-heroína excêntrica e por vezes antipática, que construiu sua vida da maneira que melhor lhe convinha e espera que nada nem ninguém a tire do prumo. Mas não é assim que as coisas acontecem, claro.
Susan passou boa parte da vida tentando se manter afastada das confusões que os sentimentos podem causar. Até mesmo sua vida amorosa, se é que se pode chamar assim, é cuidadosamente coreografada: em vez de namorar, ela mantém há anos um relacionamento sem qualquer envolvimento emocional, mas que lhe garante companhia e intimidade pelo menos uma vez por semana.
Quando a mãe de Susan morre e ela descobre que está grávida sem nunca ter cogitado a maternidade, o pior acontece. Susan começa a perder o controle. Para desequilibrar de vez a equação, o testamento designa a casa da família para seu irmão irresponsável, e, certa de que a mãe foi manipulada, ela decide levar o caso à justiça. Conforme seu mundo organizado vai se desfazendo, um aliado improvável lhe mostrará que, para abraçar essa nova vida, talvez seja preciso relaxar um pouco.
Uma história de autodescoberta, sobre olhar com sinceridade para si mesmo e encontrar alguém que você ainda não conhecia, Susan não quer saber do amor nos lembra que nunca é tarde para se reinventar e, às vezes, o que falta é apenas um empurrãozinho do destino na direção certa.
Revista
Na edição 033 da revista intrínsecos, olhamos para os dilemas e opções da vida de Susan. A maternidade que a pega de supetão é tema da crônica de Viviane Cupello, uma mãe que se imagina com a escolha de não ter filhos; os relacionamentos amorosos planejados para funcionar bem perpassam o artigo de Monica Ramalho sobre o amor líquido cunhado por Zygmunt Bauman; e a afinidade da personagem com cactos leva à investigação de Jennifer Atkinson sobre o prazer de cultivar plantas, especialmente depois que a pandemia fez o mundo ficar em casa.
Para os leitores escolados em tretas familiares, um teste desafia a descobrir os livros escondidos por trás dos casos de família selecionados. Mary Cagnin empresta seu traço e cores delicadas às ilustrações de abertura, meio e fim da revista.
Marcador e cartão-postal
O cartão-postal revela a arte da capa da edição que chegará às livrarias pelo menos 45 dias após ser enviada no clube, em um formato diferente, sem o acabamento especial da edição do intrínsecos. E o marcador apresenta a principal provocação do livro: vale tentar controlar tudo mesmo sabendo que vamos falhar?
Brinde
Como muitas vezes acontece na vida, o Torre intrínsecos começa com o alinhamento perfeito. Até que, uma por uma, as peças vão sendo retiradas de seus lugares e passam a ocupar novos espaços, transformando-se em uma nova torre, mais alta, mais sensível e única.
Susan queria ter tudo sempre sob controle. Mas ela vai aprender que algumas coisas só fazem sentido quando arriscamos nossas certezas e aceitamos o que há de imprevisível. No brinde de junho, convidamos os leitores a fazer o mesmo.
intrínsecos digital
Além do kit mensal, o assinante do clube também tem acesso a conteúdos extras no espaço intrínsecos digital. Abrindo o mês de junho, Sarah Haywood enviou um vídeo exclusivamente para os intrínsecos, apresentando a obra e suas inspirações e dando dicas para escritores iniciantes.
Inspirados pela paixão de Susan por cactos, convidamos Giulia Del Penho para produzir um Guia de plantas em casa, com dicas práticas e ilustrações de como cuidar das suas plantinhas, tudo dividido em três níveis de dificuldade. Por fim, os assinantes também tiveram acesso ao Guia de leitura 033, com perguntas e tópicos para expandir a reflexão sobre a obra.
Além disso, no intrínsecos digital também disponibilizamos uma playlist inspirada na história, um podcast com convidados especiais e a gravação do nosso encontro mensal, o Por dentro do intrínsecos, em que conversamos sobre os bastidores dessa caixa.