Bastidores 034: Shakespeare e Tarantino se encontram no intrínsecos

Os livros 

Livro do mês: Hamnet, de Maggie O’Farrell

Com uma obra vasta, considerada uma das mais brilhantes da história da dramaturgia de todos os tempos, William Shakespeare é conhecido nos quatro cantos do mundo. Mas, como todo artista, Shakespeare teve uma vida além do ofício, e é sobre isso que se debruça o belo Hamnet, de Maggie O’Farrell, enviado na caixa de julho do clube intrínsecos

Qualquer semelhança entre o título do livro e Hamlet, obra-prima do Bardo, não é à toa: os dois nomes se confundem historicamente e a peça, até onde se entende, foi intitulada pelo autor em homenagem ao filho, que faleceu aos 11 anos de repente — e suspeita-se que em decorrência da peste bubônica. Maggie recria e imagina a breve vida de Hamnet ao mesmo tempo que nos apresenta a sua mãe, Agnes. É dela o protagonismo do romance — a mulher excêntrica e introspectiva, de espírito indomável, que deu ao marido dramaturgo o esteio para que ele fosse atrás do próprio sonho.

Narrando a vida doméstica do século XVI com detalhes, a autora avança e retrocede no tempo para recontar a paixão e o início do casamento de Agnes, enquanto constrói aos poucos a tensão em torno da perda anunciada. Maggie O’Farrell nos conduz por um retrato brilhante de um casamento e pelo sensível luto materno. Uma reconstituição ficcional, delicada e memorável da vida de um menino esquecido pela história, mas cujo nome inspira o título de uma das obras mais celebradas de todos os tempos. Hamnet é uma leitura encantadora, que nos arrebata e é impossível de largar.

 Livro extra: Era uma vez em Hollywood, de Quentin Tarantino

Em julho, os intrínsecos receberam um livro extra: Era uma vez em Hollywood, a estreia literária de Quentin Tarantino, inspirada no roteiro do filme homônimo. A obra narra episódios inéditos na vida dos personagens Rick Dalton e Cliff Booth, interpretados por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, respectivamente, no cinema, enquanto interagem com personagens reais e fictícios da indústria hollywoodiana dos anos 1960, tanto antes quanto depois do recorte temporal do filme.

Cansado de ser um caubói da TV e sentindo que sua carreira de ator está cada vez mais próxima do fim, Rick Dalton tenta voltar a trabalhar na indústria cinematográfica ao lado de seu amigo e dublê, Cliff Booth. Enquanto os dois lutam incansavelmente para fazer seus nomes em Hollywood, Sharon Tate, nova vizinha de Dalton, está em uma brilhante trajetória de ascensão. Até uma tentativa de assassinato arquitetada por membros da família Manson unir o destino desses personagens.

O primeiro romance de Quentin Tarantino é uma leitura de fôlego, com ritmo de humor e recheada de pérolas sobre a era de ouro do cinema. Em Era uma vez em Hollywood, Tarantino oferece uma vasta gama de detalhes que ampliam o universo dos personagens, criando desfechos inovadores, novos cenários e diferentes possibilidades para o filme vencedor de duas categorias do Oscar 2020.

A revista

Abrindo a revista 034, Nathan Fernandes traça um perfil da autora Maggie O’Farrell que nos ajuda a entender as inspirações por trás da obra. Em seguida, Liana Leão fala um pouco mais sobre Agnes Shakespeare e como os registros históricos insistem em apagá-la. Érika Bodstein reflete a respeito da necessidade que sentimos, enquanto leitores, de saber mais sobre quem cria o que estamos consumindo, o contexto da criação, a atribuição da autoria.

Um dos mais importantes palcos do mundo, o  Shakespeare’s Globe Theater é tema do texto de Valéria Marchi, enquanto Daniel Abrantes associa peças do Bardo a referências recentes do entretenimento, nos lembrando de que a arte é cíclica, assim como nossas vivências. Abrindo e fechando a revista, uma coleção de cartazes de diferentes montagens da obra em que o pai homenageia o filho.

 

Marcador e cartão-postal

O marcador e o cartão-postal revelam a arte da capa da edição que chegará às livrarias pelo menos 45 dias após ser enviada no clube, em um formato diferente, sem o acabamento especial da edição do intrínsecos.

 

O brinde

O brinde do mês foi pensado para mesclar os dois universos literários dessa caixinha. De um lado do pôster, vemos uma ilustração que reimagina o filme Kill Bill — volume 1, com referências às obras e aos personagens de Shakespeare. Do outro, a famosa caveira de Hamlet se impõe ao cenário de Era uma vez em Hollywood. As duas artes foram criadas por Felipe Freitas e levam para artigos exclusivos no intrínsecos digital.

 

intrínsecos digital

Os assinantes do clube também têm acesso a conteúdos extras no espaço intrínsecos digital. Além da dica da equipe de Marina Ginefra, começamos o mês com um artigo de Daniel Abrantes sobre como os dois autores de julho esculpiram histórias que revelam o bom, o mau e o sublime. Ao mesmo tempo, Gabriel Trigueiro nos leva para uma viagem musical em sua playlist comentada sobre a trilha sonora no cinema de Tarantino. 

Em um texto que revisita memórias pessoais, Marina Ginefra nos leva diretamente para a cidade natal do dramaturgo e conta como foi conhecer alguns dos lugares que aparecem no livro. Encantados pela conexão que Agnes demonstra com a natureza, convidamos Manoela Elias para falar sobre a sabedoria da magia feminina e elaborar um mini-herbário que ajudará você a se reconectar com a natureza. 

Por fim, disponibilizamos um trecho de Mulheres sem nome, romance que reimagina a jornada de três mulheres reais durante a Segunda Guerra Mundial. Personagens que, assim como Agnes, tiveram seus papéis diminuídos nos registros da história.

Um comentário sobre “Bastidores 034: Shakespeare e Tarantino se encontram no intrínsecos

  1. A caixinha de setembro está demais!!! Começando pelo novo design da caixinha, que ficou lindo; a diagramação da revista toda futurista; os trechos impactantes no marcador de páginas; os brindes, que não vejo a hora de usar; e principalmente a cor do livro, que é totalmente “Uau!!!”.
    Vocês realmente sabem como surpreender.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *