Bastidores 011: Os segredos de Rede de sussurros

 

O livro

As mulheres cansaram de ficar caladas. Cansaram de ser silenciadas e de ter suas opiniões e colocações menosprezadas, seja em reuniões de trabalho, na família ou no ambiente escolar e acadêmico. O livro do intrínsecos do mês de agosto é exatamente sobre isso: mulheres enfim expondo suas verdades.

Ardie, Sloan e Grace trabalham juntas há muitos anos. E há muitos anos o chefe delas, Ames, assedia as funcionárias. Elas sabem. Todos sabem. Ninguém faz nada. Mas as engrenagens do machismo funcionam assim: às vezes as mulheres são compelidas a manter o silêncio para evitar represálias. No entanto, após a morte do CEO da empresa, Ames se torna o candidato favorito ao cargo, e as amigas então se veem impelidas a tomar uma atitude para evitar essa perigosa ascensão. Mentiras serão reveladas. Segredos serão expostos. E talvez nem todos sobrevivam.

A trama de Rede de sussurros vai sendo construída a partir de diferentes pontos de vista femininos, alternando também presente e passado. Por vezes, quem fala com o leitor é uma voz coletiva, que traz à tona os dilemas enfrentados por diversas mulheres tanto no mercado de trabalho quanto na vida, de forma geral.

A expressão usada como título ganhou notoriedade durante o auge do movimento #MeToo e significa uma rede de apoio na qual as informações são passadas de maneira privada entre mulheres, seja por fóruns, no boca a boca ou através de listas. Assim começaram a ser divulgados os crimes de homens poderosos, há anos varridos para debaixo do tapete.

Com uma narrativa instigante aliada a uma visão crítica que denuncia posturas problemáticas nas relações sociais, a obra é uma espécie de resposta ao machismo ainda presente em nossa sociedade. Rede de sussurros nos faz questionar: quantas vezes já não fechamos os olhos diante de injustiças apenas porque ignorá-las seria mais conveniente do que nos impor?

 

A revista

O livro de Chandler Baker é uma ficção que nasceu embalada pela potência do movimento #MeToo e todas as iniciativas femininas de proteção coletiva que então vieram à luz. Na revista intrínsecos 011, falamos dessas redes de apoio e da empatia que as mantém vivas, em textos da jornalista Mariana Filgueiras e da escritora Joice Berth. Falamos também de lugares profissionais não óbvios para o feminino nos quais as mulheres marcam ilustre presença, dois deles em especial: a arbitragem de futebol, que, na última Copa Feminina, contou pela primeira vez na História com um trio completo de árbitras brasileiras, e a fotografia de guerra, ilustrada na revista por nomes como a vencedora do Pulitzer Lynsey Addario e a premiada brasileira Ana Carolina Fernandes. Como contraponto de leveza, os quadrinhos ácidos de Helô D’Angelo estamparam nossas páginas.

 

Marcador e cartão-postal

“Quando outra mulher se oferece para ajudar, você aceita.” Escolhemos essa frase para abrir o marcador pois sintetiza a poderosa mensagem de Rede de sussurros: mulheres completamente diferentes se unindo em prol de um bem comum.

Como todos os meses, o cartão-postal colecionável apresentou a arte de capa da edição do livro que chegará às livrarias 45 dias depois de passar pelo clube.

O brinde

Na narrativa de Rede de sussurros, o não-dito domina o ambiente de trabalho: as vítimas de assédio não denunciam os crimes por medo de retaliações. Para o brinde do mês, trouxemos algo que faria as pessoas dividirem suas experiências, nesse caso, literárias. O Puxa-Papo Literário do intrínsecos contém 60 cartas com perguntas ou reflexões que iniciam uma conversa entre você e seus amigos.

Nesse mês especial, enviamos um brinde extra na caixinha! Na Bienal do Livro 2018 apresentamos o clube para o mundo. Para comemorar um ano desde esse momento, enviamos um crachá de identificação do intrínsecos para a Bienal do Livro Rio 2019, como uma lembrança de todas as emoções e experiências que já compartilhamos.

 

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